[Resenha] O Pássaro @samanta.holtz

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Título: O Pássaro
Autor: Samanta Holtz
Editora: Novo Século
Ano: 2014
Páginas: 368

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Uma história romântica e surpreendente que irá prender sua atenção desde a primeira página. Você está preparado? Caroline Mondevieu é filha de um poderoso barão e tem tudo o que uma dama da época poderia querer: status, riqueza e um ótimo partido para se casar. Seus sonhos, no entanto, vão muito além de vestidos caros ou um bom marido; ela quer ser dona do próprio destino. Tudo parece perdido quando ela encontra Bernardo, um charmoso e irritante domador de cavalos. Eles não conseguem se entender até perceberem que, para alcançar o sonho em comum da liberdade, deverão passar por cima das diferenças e se unirem em um arriscado plano que promete transformar suas vidas para sempre. Grandes emoções os aguardam nessa jornada: perseguição, mistérios, ciganos e o despertar de um sentimento que insiste em se manter escondido. Mas o que parece tão simples envolverá mais magia e coincidências que eles podem imaginar, além da descoberta de segredos, até então, muito bem guardados.


Eu conheci essa autora pelo Facebook da vida achei ela é tão fofa quanto suas histórias que resolvi comprar tudo quanto foi livro dela na Bienal do ano passado kkkkkkk. Eu havia terminado de ler Mentirosos quando resolvi lê-lo e minha prima disse que não, pois que poderia ficar ainda pior do que já estava. Então o li só esse ano.
O livro O Pássaro é um romance de época com uma pegada forte de drama. Nem se fala dessa capa da segunda edição que amei demais. 


O nome faz jus à história a nossa protagonista Caroline Mondevieu é um pássaro engaiolado em uma mansão maravilhosa, com muitos empregados, roupas finas e um conforto sem tamanho, mas nada são flores e em quanto muitos queriam estar em seu lugar ela só queria viver bem longe daquilo. Para quem fica de fira realmente parece ser a vida perfeita, mas vendo a vida de Caroline essa fortuna toda não vale de nada, até por que o dinheiro é dos pais e não propriamente dela.
A realidade da família perante a sociedade é somente uma mascara para encobrir o que realmente acontecia por lá. A mãe é submissa ao pai que por muitas vezes pouco se ouvia sua voz, não era permitida tal oportunidade, o pai bom... é um ogro por assim dizer, o que tinha de dinheiro não tinha de educação e muito menos amor ao próximo. Ele era o único correto e somente ele poderia ter a voz da razão e ai de quem o contrariasse, não só os empregados tinham medo dele como a família, as primeiras cenas da família são tristes. Vê crianças sem poder sorrir como devem, sem poder sair por aí e se divertir, se sentirem oprimidas por um pai sem amor e uma mulher se sentir acuada pelo próprio marido por assim seus pais decidiram que por ele ser mais afortunado seria seu par ideal. Sociedade hipócrita.

Mas era homem. E, como todo home, tinha uma imagem a zelar. E amar não era nada notório, não lhe garantia títulos nem o engrandecia perante os grandes nomes da sociedade. Amar era fraqueza, como o pai sempre lhe dissera, e devia se prevenir desse mal. (pág. 86)

E nada seria diferente para Caroline e sua irmã Elizabeth. Observa-se que elas são mercadorias para u futuro promissor e culpava a esposa por não lhe dar filhos homens. Eu acho que por isso ela não engravidou mais, não por não conseguir segurar um filho, mas pelo DNA ruim do marido.
O ápice da história além dos maus tratos sofridos pelo pai é a noite em que aconteceria seu suposto casamento, a vontade de ser livre é maior. Ela é muito a frente de seu tempo e se questionava em muitas coisas desde pequena como por exemplo: por que trabalham são pobres e os que não fazem nada são ricos? Ou por que eles recebiam menos do que o seu esforço proporciona? E por ele tinha que escolher seu marido e não ela que iria se casar?

Casamentos eram negócios, trocas de favores, conveniência. Não amor. O fato de o marido não maltratar a mulher já fazia dele um bom homem. (pág. 86)
Realmente a época não era favorável a mulheres. Éramos apenas um acessórios para alguns. Além do sofrimento ainda havia algumas esperanças no caminho como o Philip e o Bernardo. O primeiro é filho do amigo da família que cresceu com as meninas e desde sempre apaixonado por Caroline. O segundo é filho do domador de cavalos do pai de Caroline com quem aprende a ver a vida de outra forma e com mais liberdade, mesmo que o preço seja caro.
É um livro que divide opiniões como foi Como eu era antes de você (cuidado com as especulações), às vezes alguns personagens tem opção e outros nem tanto. Amei o livro e favoritei. A escrita da Samantha é macia e de leitura fácil, cenários bem construídos e personagens também e com algumas surpresinhas no caminho e que me deixaram impactada na maioria das partes. 



O livro nos mostra quais são nossas reais convicções, o que nos faz se sentir livre, o que é ser livre e o porquê ser. São coisas que me levaram a pensar. A proposta inserida no livro, os costumes da época e os cidadãos que ali viviam mostrou muitas coisas que ainda acontecem por aqui, mas muitas vezes camuflados. Ela nos mostra uma rica crença cigana e seus costumes e essa foi uma das partes que mais amei foi logo na fuga da personagem.


Bom... o livro não é só uma roupagem bonita. É um livro de coragem, fibra feminina e muito amor.
Alguém já leu esse livro? O que acharam?

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