[Resenha] Dominados

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Autor: Mila Wander
Titulo: Dominados
Editora: Qualis
Ano: 2015
Páginas: 490

Dominados - Laura Diniz está concorrendo a um cargo na diretoria da Construtora Marcos Delacox.
Henrique Farias também.
Laura Diniz é orgulhosa, ambiciosa, poderosa e viciada em desafios.
Henrique Farias também.
Laura Diniz é uma dominatrix fatal.
Henrique Farias é um dominador intenso.
O JOGO DE PODER E SEDUÇÃO SÓ ESTÁ COMEÇANDO...

Dois guerreiros disputando uma vaga na diretoria da empresa. Praticamente um duelo de titãs. Entretanto, ambos não esperavam sentir algo mais do que atração física no processo. Interessante (até certo ponto) acompanhar essa briga diária dos dois. Porque apesar de parecer que é um livro que mostra  apenas uma disputa entre duas pessoas completamente opostas e que se tornam apaixonadas uma pela outra, ele nos mostra outros pontos: intriga, inveja, ciúme, mas principalmente esforço e superação. Não é um livro apenas erótico, mas que possui vários outros temas envolvidos na trama.
Entretanto, acabou se tornando cansativo na medida que eu ia lendo. Como o próprio Henrique fala no livro "um pé pra frente e dois pra trás", e foi isso o que eu sempre via, o que acabou se tornando chato um tempo  depois. Eu entendo que ambos era difíceis de lidar, tinham personalidades diferentes, eram Dominadores e nenhum iria querer ceder. Mas ficava com raiva quando via que eles tinham acabado de se entender, e no segundo depois estavam brigando novamente.
Outro ponto negativo pra mim foi o que aconteceu com o Jamie, esperava que a autora tivesse dado um final melhor pra ele. Não que homens não sofram de amor, não chorem, mas ele teve um papel importante na vida da Laura e vice-versa, acho que o desenrolar final dele poderia ter sido bem melhor.
Henrique sempre cedia, sempre se esforçava. Laura não queria ceder a esse sentimento, não queria depender do Henrique e, principalmente não queria amá-lo. Henrique é engraçado, comunicativo, esforçado e, claro, lindo. Gostava muito das partes dele, ria demais, irônico, bem-humorado, sarcástico, mas também amigo, companheiro, gosta de defender e amparar aqueles que ama.
"Lindo, charmoso e inteligente. Três adjetivos que fazem qualquer uma perder a noção. Embora eu não seja considerada uma mulher que se impressona facilmente, Henrique Farias era capaz de me impressionar a cada minuto. Sim, ele me chateava. Deixava-me irritada, possessa, decepcionada e louca da vida. Mas também me excitava, trazia-me pensamentos imprudentes e abalava todas as minhas estruturas." (p. 93)
Laura é mal-humorada, zangada, quase nunca ri, mas é esforçada, luta por aquilo que ela deseja sem ter que passar por cima dos outros. Esse foi um dos pontos da personalidade dela que eu gostei. Mas Laura não é assim sem um motivo. Ela perdeu a vontade de amar e confiar nas pessoas devido a um trauma do seu passado. Laura não deixa transparecer qualquer sentimento no rosto, fazendo com que seja considerada uma megera dentro e fora da empresa (Henrique e Jane que o digam).
"Nunca vi tantos opostos em uma só pessoa. Laura é extremista, tem opinião própria, não tem medo de falar a verdade, é dona de si, confia nas próprias ideias, acredita no próprio poder de sedução e não liga se for odiada ou amada. Claro que tinha problemas psicológicos sérios, isso tudo estava nítido. Destratava as pessoas e parecia odiar o mundo [...]." (p. 108)
Volto a repetir, o legal desse livro foi que ele foi além das cenas obscenas, sim elas estão presentes na maior parte do livro, mas gostei dos pontos que a autora abordou: abuso, diferença dos salários entre homens e mulheres e preconceito racial. A Laura é uma das poucas personagens negras que eu já vi no mundo literários (pelo menos nos livros que eu li), ainda mais sendo a protagonista.
Se você gosta de livros eróticos é uma boa opção de leitura, se você se interessou por ler por causa do romance e do duelo de titãs, que bom também. Contudo, se você não curte aqueles palavriados específicos de livros eróticos ou não gosta de palavrões, talvez possa enfrentar barreiras para ler esse livro. Mas ainda assim, vale a pena dar uma conferida.
"Aprendi com a vida a ignorar a beleza de certas pessoas. Na maioria das vezes, a aparência é a unica coisa boa que podemos recolher delas". (p. 98)

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