Editora: Vestígio
Ano: 2014
Paginas: 200
Crimes brutais marcam um verão suecoIndesejadas foi o primeiro livro que eu li no estilo policial. Se já tinha lido algo era quando era mais nova, então não vou lembrar.
Suécia, meados de um verão chuvoso. O inspetor Alex Recht e sua equipe, auxiliada pela analista criminal Fredrika Bergman, começam a investigar o que parece ser um caso clássico de disputa familiar pela guarda de uma criança. No entanto, quando a menina é encontrada morta no extremo norte da Suécia, com a palavra “indesejada” escrita na testa, o caso se transforma rapidamente no pior pesadelo da equipe de investigadores.
Pois bem, achei muito
interessante o pano de fundo que envolve a história, uma pessoa que mata
crianças e escreve a palavra Indesejadas nelas. Mais não se engane, é muito
mais do que um assassinato qualquer, e é claro que eu não vou contar o motivo
por detrás disso.
A história é contada em primeira
pessoa, mais na visão da maioria dos personagens que aparecem na trama. E isso
só fez com que o livro se tornasse enriquecedor.
A única pessoa que ficou fora foi
o assassino, mas temos uma vaga ideia do que se passa em sua cabeça doentia, quando
a história é contada pelo ponto de vista de seu ajudante.
A autora me pregou diversos
sustos no livro, principalmente com uma certa personagem. E acho que foi isso
que gostei: quando você pensa que é uma coisa e na hora não é isso o que você
pensava. Não faz a história se tornar monótona.
Fiquei com o coração apertado
quando o Alex e a Fredrika relatavam aos assassinatos, e como tinham sido
realizados. Consegui praticamente sentir o que eles sentiam. E amei ainda mais,
quando o Alex e Peder quebraram a cara ao acharem que Fedrika não tinha o “instituto
policial”. A mulher sacou as coisas muito tempo antes, e eles lá achando que
ela estava errada.
“Poucas coisas eram mais importantes para um policial do que um bom instito. Era a característica marcante de um policial habilidoso, a melhor maneira de identificar quem fazia e quem não fazia a coisa certa. O instinto visceral nunca substituía os fatos, mais podia complementá-los”. (p. 18).
O livro toca em pontos delicados.
Ele não somente gira em tornos dos assassinatos. Você vê um pouco de tudo nele.
Romance, traição, desprezo. É interessante como a autora conseguiu intercalar
todos esses assuntos sem fugir do tema original.
Gosto de falar das capas dos
livros, porque além da sinopse (e é claro, do enredo), me chama a atenção. E
com essa não foi diferente. Gostei de como ficou e tem tudo a ver com o começo
da história.
O único detalhe, é que ele não
contém as orelhas, então pode ser que o plástico das dobras solte mais
rapidamente. Contudo ele não ficou com aquela rachadura no meio do livro quando
abrimos demais ele, então um detalhe que faz toda a diferença.
Parabéns pela Vestígio por essa
belíssima edição.
“A perda tinha tantas faces e tantas fases. Alguém dissera, Alex não conseguia se lembrar quem, que era tão difícil suportar a desgraça quanto o era caminhar sobre uma fina camada de gelo que se forma durante a noite. Num momento parece que está tudo bem, que sabemos onde estamos pisando, mas no outro o gelo cede e afundamos na mais insondável escuridão”. (p. 193).