[Resenha] Os dois mundos de Astrid Jones

by 10:04 4 comentários
Autor: A. S. King
Titulo: Os dois mundos de Astrid Jones
Editora: Gutenberg
Ano: 2015
Páginas: 288

Os Dois Mundos de Astrid Jones - "O movimento é impossível.” É o que Astrid Jones, 17 anos, aprendeu na sua aula de Filosofia. E vivendo na pequena cidade em que mora, ela começa a acreditar que isso é mesmo verdade. São sempre as mesmas pessoas, as mesmas fofocas, a mesma visão de mundo limitada, como se estivessem todos presos em uma caverna, nunca enxergando nada além.Nesse ambiente, ela não tem com quem desabafar suas angústias, e por isso deita-se em seu jardim, olha os aviões no céu, e expõe suas dúvidas mais secretas aos passageiros, já que eles nunca irão julgá-la. Em seu conflito solitário, ela se vê dividida entre dois mundos: um em que é livre para ser quem é de verdade e dar vazão ao que vai em seu íntimo, e outro em que precisa se enquadrar desconfortavelmente em convenções sociais. Em um retrato original de uma garota que luta para se libertar de definições ultrapassadas, este livro leva os leitores a questionarem tudo e oferece esperança para aqueles que nunca deixarão de buscar o significado do amor verdadeiro.

Os dois mundos de Astrid Jones é um livro pra refletir. Foi isso que eu conclui assim que terminei a leitura.

Astrid está no ultimo ano do ensino médio. É editora da revista literária da escola, não gosta de Trigonometria, pira nas aulas de filosofia e possui poucos amigos. Em casa as coisas não são diferentes da escola, Astrid não tem com quem dividir os seus problemas, a mãe finge que ela nem existe, o pai tem os seus próprios problemas e a irmã, de quem já foi próxima um dia, também não quer saber dela. Devido a isso, Astrid tem o hábito de todas as noites ir para o quintal e se deitar sobre a mesa de piquenique, olhar as estrelas e conversar com os passageiros dos vôos, mandando todo o seu amor para eles.

"Mas é bom amar uma coisa e não esperar nada em troca. É bom não haver discussão nem pressão alguma, ou qualquer boato de qualquer baboseira. É amor sem amarras. É o ideal." (p. 28)
Admito que fiquei bem confusa no inicio quando a autora intercalava as falas da Astrid com a dos passageiros, e ficava me perguntando para que isso. No fundo, entendi que era pra mostrar que existem pessoas que passam pelos mesmos problemas que nós, e que cada um tem uma forma de lidar com isso. É interessante como ela liga as dúvidas da Astrid com os problemas dos passageiros.
O livro nos mostra como estamos muito preocupados com que os outros vão pensar das nossas ações, que vivemos em função do que as pessoas pensam de nós, que não vou fazer determinada coisa porque fulano vai falar, não vou vestir tal coisa, porque beltrano vai comentar. As vezes deixamos de nos sentir bem e ficamos mais preocupados com as reações das outras pessoas. Astrid viveu isso na pele, e muitos de nós vivemos diariamente.

"Penso em como eu tenho diferentes segredos guardados de pessoas diferentes em áreas diferentes da minha vida. Penso em como essa pode ser a razão pela qual estou mastigando antiácidos o tempo todo." (p. 84)
Gostei como a autora tratou sobre a sexualidade da Astrid, suas dúvidas, incertezas, escolhas e decisões. Uma personagem forte, que vi crescer ainda mais no decorrer da história, nem nos momentos mais difíceis ela desistiu ou abaixou a cabeça. Mas também nos mostrou que nem todos sabem lidar com essas escolhas, principalmente os nossos pais e as pessoas ao redor, muitos não aceitam bem a sexualidade dos seus filhos, e a autora nos mostra os diferentes pontos de vistas, como os adultos encaram as escolhas de seus filhos.

"Oi, Astrid". Ainda não está sorrindo. "Que feio você ter mentido."
"Eu so não achei que era o momento certo."
Ele balança a cabeça.
"Existe um momento certo?" (p. 168)
Tem um ditado que diz que a gente só sabe das coisas quando passamos por ela. Hoje você de uma determinada solução ou opinião, mas quando isso acontece dentro da sua casa, mas será que você iria continuar com essa mesma opinião?
Acho que essas linhas ainda foram poucas pra contar tudo o que o livro decidiu passar, as lições que ele quis mostrar.
Enfim, envio todo o meu amor a você e afirmo: Leiam esse livro.

"Cara, o que importa é se você está feliz. O que importa é seu futuro. O que importa é sairmos daqui inteiros. O que importa é encontrar a verdade sobre nossas próprias vidas, não se importar sobre o que as pessoas pensam que é verdade para nós!" (p. 239).

4 comentários:

  1. Adorei sua resenha, fiquei super curiosa para saber mais do conteúdo do livro. Espero lê-lo em breve. Abraços!

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    1. Obrigada Viviane. Espero que goste assim como eu gostei. A. S. King possui um jeito único de escrever e como saber transmitir o que tem que transmitir para as pessoas. Beijos.

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  2. Tocante a sua resenha, Almi.
    Achei bem reflexiva e sensível!
    Olha, que se não fosse pela sua resenha, eu nem iria dar uma chance para o livro, mas fiquei curiosa e ele entrou para a fila.
    Bjks,

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    1. Obrigada Fernanda. Que bom que gostou. Fico feliz de ouvir isso. Leia, super indico. Beijos.

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